segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Confesse!

Oi! Meu nome é Cícero.
Respondendo à sua pergunta, não sei porque estou aqui, e nem qual é o objetivo desta reunião. Mas me pediram para vir, eu não tinha nada a perder, então aceitei. Me disseram que eu só precisaria falar, e, se realmente for só isso, tudo bem.
Meu nome é Cícero, tenho 23 anos, sou daqui mesmo. Moro com minha mãe desde a data de sua separação, mais ou menos há onze anos atrás. Faço engenharia e faltam três períodos para me formar. Aparentemente vivo bem, tenho tudo o que preciso para estudar, tenho uma mãe maravilhosa dentro de casa, pucas dificuldades financeiras... Não sei bem o que estou fazendo aqui, realmente.
Sim, claro, eu sei que isso não é tudo. Tenho problemas também, como qualquer pessoa. Ultimamente tenho pensado muito em mim, na minha vida, e na vida das pessoas que vivem ao meu redor. Tenho percebido que elas sofrem, também. É, porque às vezes penso, acho que todo mundo pensa, que nossos problemas e sofrimentos são os maiores do mundo, mas tenho visto que não é bem assim... E, de repente, me vi encurralado! Tenho três grandes amigos, juntos formamos um quarteto, e, por incrível que pareça, os quatro resolveram criar problemas ao mesmo tempo!
Mas, sabem, isso tem um lado bom, eu acho. Estamos sempre na sombra uns dos outros, sempre escorados por ombros que talvez sequer estejam preparados para nos segurar. Mas agora sabemos que nenhum dos quatro ombros está sendo capaz de ajudar uns aos outros, então temos que nos virar com as armas que temos. Temos que nos entender com nós mesmos, na falta de um ou de outro ombro amigo.
É um grande exercício de auto-conhecimento, vocês não acham? Parando pra pensar, e lembrando das outras histórias que ouvi aqui hoje, acho que sei o que estou fazendo aqui... Meus sentimentos me dominam, e, afinal de contas, todos aqui podem se ajudar mutuamente, eu acho. Sinto um desespero muito grande ao me deparar com situações que independem de mim, que me deixam com as mãos atadas. Desespero-me fácil, sofro também fácil. Daí quando descubro de fato que não havia motivos para tanto desespero, tranquilizo-me com a mesma facilidade que havia me desesperado. Definitivamente, não dá pra viver oscilante dessa forma!
Perdão, acho que já me delonguei demais, me desculpem. Passo a palavra, obrigado pela atenção.

Um comentário:

  1. Bom, já que é minha vez! Também me mandaram vir aqui falar, eu nem sabia o que dizer, até três meses atrás não teria nada a dizer. Mas num fatídico domingo, olhei pra dentro de mim, e olhei tão fundo que senti muito medo do que vi! Até quase me matei por isso, fiquei impressionada ao ver o quanto tinha vivido uma vida vazia, vivida para os outros!! E tive vontade de me matar, e daí orei, orei e pedi que uma luz viesse, e ela veio. Eu sabia que aquilo que podia salvar minha vida estava dentro de mim mesma! Eu passei 29 anos da minha vida com aquilo dentro de mim, e como uma borboleta que sai do casulo, pensei em um modo de me reinventar, pra ser feliz. E daí ví que a única solução que tinha era aquela que sempre tive vontade, e então sinceramente... resolvi que seria aquilo, que faria aquilo, doesse a quem fosse, inclusive a mim mesma!!! Hoje to aqui, linda, leve e solta, soltando tudo aquilo que se represa dentro de mim, e sendo feliz, sendo realizada... sendo mulher.

    Obrigada pela atenção

    ResponderExcluir