quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Silêncio

Do alto da colina,
bem lá do alto, em cima de uma pedra
ela abriu os braços, enquanto ventava.
Os cabelos ondulando indicavam liberdade
o aperto no peito indicava prisão.
A chave: o grito profundo que ela soltou.

terça-feira, 29 de setembro de 2009


Era mulata, do cabelo duro, do sorriso branco e com histórias pra contar. A mais recente era do menino que soltava pipa, e, distraído, caiu no poço. Tão trágicas eram suas histórias. Daí começou a correria, era gente gritando, as crianças assustadas, mãos à boca por todo lado. A mãe do menino era só tristeza, lágrimas e desespero. Impossível definir a expressão facial daquela mulher. O menino lá debaixo ora gemia, ora fazia silêncio; o silêncio angustiava. Aí o barulho das sirenes foi chegando, e o caminhão vermelho estacionou. Os bombeiros injetaram esperança em todos aqueles olhos aflitos, de menos no da mãe, que chorava cada vez mais. A corda foi lançada, um dos bombeiros desceu, e na volta, em um dos braços, o menino desacordado, um corte na cabeça e escoriações pelo corpo. No dia seguinte o poço foi fechado com uma tábua, ali ninguém caía mais. Um mês depois o mesmo menino novamente soltava pipa no mesmo terreno baldio.

As histórias da mulata do cabelo duro obedecem uma regra: sempre têm finais felizes.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Daqui até a eternidade

Naquele momento o toque da mão foi infinito, a vontade cedeu lugar à esperança, a resistência acabou, o corpo perdeu e o sentimento venceu... Nada mais importava: o celular vibrando, as vozes altas embaralhando a mente, o cheiro sufocante do cigarro, a confusão humana que se instalara no lugar. Tudo era estático e irrelevante, estávamos juntos ali, senão olhos nos olhos, corações com corações. E são estes os momentos que marcam, que permanecem na memória, que se tornam simbólicos para aqueles que os vivem; eles não acabam, na verdade nem começam. Eles sempre existiram, mas num subconsciente que jamáis suspeitávamos existir. Esperam apenas a oportunidade adequada para manifestar-se; a oportunidade em que os dois se encontram, no lugar certo, na hora certa. E aí o relógio pára, o vento pára de soprar, a música abaixa e os movimentos ficam lentos... exceto as batidas do coração, que ficam mais sonoras, mais frequentes e insistentes: a partir dali jamais morrerei enquanto você sobreviver.

Não existem momentos que eu queria que fossem eternos. Eles já o são por natureza.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Felicidade dependente.


A felicidade tem o tamanho que você permite.
A dimensão que você se proporciona.
A intensidade que você consente.
Ela é, além de tudo, o sorriso sincero que você ostenta.
A felicidade, portanto, depende de você. E de mais nada.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Relax, take it easy

É curioso como a falta de tempo que corrompe a sociedade moderna corrói os hábitos mais saudáveis e agradáveis da humanidade. Peço desculpas aos seres humanos que apreciam o Abajur Cor de Carne, minhas postagens esporádicas devem realmente irritar, mas prometo que em breve retomá-las-ei em grande estilo.

Lembrem-se, até a Mode tem uma segunda temporada:
www.modemoderna.blogspot.com